quarta-feira, outubro 31, 2007

eu fico com a pureza da resposta das crianças
é a vida, e é bonita, e é bonita. no gogó!
viveeeeerrr
e não ter a vergonha de ser feliiiizz
cantaarrr e cantaaarr e caannttaaar a beleza de ser um enterno aprendiiiz.
eu sei: ah eu sei!
eu seeeeeiiiiii, que a vida podia ser bem melhor e será! mas isso não impede que eeu repiitaa
é bonita, é bonita e é bonita.
:)
esse post já começa com tempo contado pra acabar
bem curtinho
no meio da fome noturna, enquanto a comida requenta no microondas.
"BIPP",
fim.
Your Love Style is Manic

For you, love is the ultimate rollercoaster
And you love to hold on tight and enjoy the ride
Every time you fall in love, it feels like the first time
And while it's exciting and exhilarating...
It's also stressful and scary!
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Pela primeira vez, desde os meus tempos de Revista Capricho, levo fé num desses.

domingo, outubro 21, 2007

(des)encanto

encontrou-me em uma tarde qualquer. era bela, exótica, esnobe, altiva; eu gostara disso, jamais havia visto alguém assim. levou-me ao seu castelo. no saguão: tapeçarias douradas, louças trabalhadas, relógios antigos, pinturas bem emolduradas; uma mobília digna da rainha que estava diante de mim. como me encantava sua figura! sentou-se ao piano e ordenou-me que, de joelhos, apreciasse sua música. obedeci. ela o tocou... o tocou lindamente com seus dedos finos. era habilidosa. como me envolvia sua melodia, quanta nobreza havia em cada acorde.


sem dúvidas, uma rainha.

outras tardes voltei àquele lugar, parecia inevitável para mim. outras vezes assisti a rainha tocar seu piano e reinar em seu castelo. quão feliz me parecia aquilo. tantas novas canções e provas me impunha, a cada dia, para provar minha devoção. ordenava-me que a abanasse nos dias de calor. mandava-me em busca de frutas que lhe aprouvessem em dias de chuva. eu gostava de lhe servir. ela a rainha, eu o seu súdito. algo em seu mundo me encantava e a certeza de revê-la no dia seguinte era meu conforto ao partir.

retornava invariavelmente ao seu encontro.


adentrei a sala do mesmo modo que fizera todos os dias desde que a conhecera. não a encontrei como de costume, vasculhei o aposento com o olhar e continuei sem saber do seu paradeiro. um barulho de água correndo alertou-me. de sopetão, ela saiu de dentro de um pequeno cômodo que dava para a sala, puxando a descarga e queixando-se com soberba, como de praxe. dava-me ordens, dizia-me para ouvir, de joelhos, sua nova canção. neguei-me. corria, atordoada, de um lado para o outro. algo a deixava intranqüila. talvez tenha sido sempre assim, sem que eu percebesse. reclamava, pimpona, de suas futilidades sem valor.

algo havia mudado então.
olhei ao redor: o tapete estava furado, as pinturas desbotadas, faltava um ponteiro ao relógio, à xícara faltava a asa, o piano estava carunchado e a rainha - ela voltara correndo ao pequeno cômodo do qual havia acabado de sair - estava desarranjada.